Nascido em Passos, Minas Gerais, em 17 de março de 1940, mudou-se com sua família para Campinas em 1952, então com 12 anos. Em 1953, aos 13 anos, teve seu primeiro contato com o judô, iniciando seu aprendizado com o professor Motoyuke Murayama, no Clube Atlético, então situada na rua Ferreira Penteado, em Campinas.
Ainda em Campinas, formou-se em Técnico em Segurança do trabalho e enfermeiro. Trabalhou em farmácia, pronto socorro e na Casa da Saúde. Casou-se com dona Sebastiana Arantes de Andrade e em 1967, recebeu um convite para trabalhar na Gessy Lever (atual Unilever), como enfermeiro, e então, mudou-se para Valinhos com dona Sebastiana e o filho primogênito Marcelo, com três meses de idade. Mas sempre continuou a treinar judô com o professor Murayama.
Este é o início, bem resumido, da história de Bartolomeu Ramos de Andrade, 70 anos, o pioneiro do judô na cidade de Valinhos, cuja modalidade completa 40 anos em 2010. Em homenagem a essa importante data, fomos visitar o professor Bartô em sua casa para fazermos a entrevista “uchikomi” desta semana.
B.O.: Em 1970, no Clube Atlético Valinhense, no centro de Valinhos, onde hoje está localizada a rodoviária, o senhor inaugurou a primeira academia de judô de Valinhos. Esse é o berço do judô de nossa cidade e, passados 40 anos, Valinhos conta hoje com 04 importantes escolas de judô: Trajano Center, Esporte Clube Castelo, Country Club Valinhos e Secretaria de Esportes de Valinhos. Todos os professores dessas escolas, direta ou indiretamente, pertencem a essa "linhagem" do judô. Naquela época quais foram as dificuldades e quem apoiou essa iniciativa?
Bartô: Quando me mudei para Valinhos, estava trabalhando na Gessy Lever (Unilever). Por incentivo dos amigos valinhenses que sabiam que eu já treinava judô há tempos, resolvi montar uma academia de judô em Valinhos. No começo foi muito difícil, pois tive que bancar tudo sozinho: espaço para montar o dojô, compra de tatames, kimonos, medalhas. Todo esse material só era vendido na capital. Mas consegui montar a academia!
B.O.: Qual foi a trajetória da academia?
Bartô: O primeiro local onde montei o dojô foi no Clube Atlético Valinhense, em 1970, num galpão que ficava atrás do campo de futebol. O clube não fica mais lá, mudou-se para outro endereço. Hoje, é a rodoviária de Valinhos, cuja lembrança do clube está na arquibancada do campo que permanece no local. Do Valinhense, mudamos para o antigo Valinhos Clube e posteriormente para o Sindicato dos Químicos, na sobreloja da antiga sapataria Borin, na esquina da rua Sete de Setembro com a rua Antonio Carlos. Em 1976 mudamos definitivamente para o Centro Social Gessy Lever, na rua Campos Sales e lá permanecemos até 1984, quando então fui trabalhar na Eletrometal e então encerrei as atividades com o judô. Mas nunca deixei de acompanhar a evolução da modalidade!
B.O.: Quais judocas passaram pela sua academia?
Bartô: Olha, vou exercitar um pouco minha memória. Lembro de muitos alunos, que passaram pela academia: Ariovaldo Antonio Bucatte, Milton Trajano da Silva, José Carlos da Silva, Carlos Alberto da Silva (Nenê), João Zanivan, José Luiz (Esquerdinha), Almeida, Marinângelo, Everton Monteiro, Ednei Monteiro, João Generoso, Celso Verdó, Paulo Tomazziero, André Tomazziero, Joel e Diógenes, Roberto De La Negra, Celso Garrute de Oliveira, Clorinda Garrute de Oliveira, Ema Garrute de Oliveira, e tantos outros judocas que iniciaram o judô comigo mas que não me recordo no momento.
B.O.: O senhor também teve uma rápida passagem pela política. Conte-nos como foi essa experiência:
Bartô: Sim, sou tímido e avesso a falar em público, fugia de um microfone. Mas mesmo sem experiência nenhuma em política, aceitei o desafio e fui candidato a prefeito de Valinhos pelo PL! Concorri com candidatos mais experientes naquela época, mas quando aceitei o desafio, fui estudar tudo o que pude para entender de política. Mas não venci. Essa foi minha única experiência com política.
B.O.: Casado com dona Sebastiana Arantes de Andrade há 45 anos, quantos filhos e netos possui?
Bartô: Temos três filhos: Marcelo, Marcio e Luciana. Hoje, todos casados. Temos três netos e mais um a caminho...
B.O.: Para encerrarmos nosso “uchikomi”, que recado o professor Bartolomeu deixa para os judocas que estão começando na modalidade?
Bartô: Nunca desistam. Saibam aproveitar as oportunidades que são dadas. Vejam como exemplo o professor Milton Trajano. Participem de todos os eventos de judô, que é muito importante para sua formação.
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